Te busco nas manhãs plenas
Retiro feridas, no vôo casto
Além do verde,as cantilenas*
No sopro do poema é vasto
Assim é morte mas ressurge
Sol do ventre, mas efémero
Canto alto, na quimera urge
Austero,belo na carne lidero
Aves brancas sobre sua laca
Eram tantas, mas te conduzia
Nas quimeras a fome aplaca
Teu corpo a chama que luzia
Nessas garras da ilusão dividia
Entre águas das intímas carnes
Na plumagem molhada incidia
Sangue e visgo, o fogo incarne
Mas nossos corpos devorando
Pois conduzia com visgo a vida
Ritual das gargantas desejando
O ruido tosco da água atrevida
Deitado de leve sobre o cântaro
Assim todo o vasto se preenchia
Atraia aves das quimeras, o raro
Face da deidade, o prazer enchia
E sendo uma só, porém multipla
É água e fogo, sempre nus orienta
Na única quimera, que contempla
Que é morte, que a vida contenta
*Cantilenas- Canto das aves.
Não tem como dizer o quanto ficou belo, perfeição seria a palavra...muito bom te ler também por aqui, beijos!
ResponderExcluirQuando eu crescer quero escrever assim! Muito bom! E depois diz que não és poeta! Poeta, poeta, poeta! Com P maiúsculo! Bjs!!!
ResponderExcluirSimplesmente maravilhoso! Adoro te ler. http://rose-sousacoracaodefera.blogspot.com/
ResponderExcluirMaravilhoso! Demais!
ResponderExcluirFaz tempo, não vinha aqui e vejo esse belo poema, é um presente...
Abraços da Mery.