sábado, 14 de maio de 2011

Tateio




Tateio  e num só o tempo vive
Tua matéria menina, fenda nua
 Onde o desejo morre e revive
Na chama e visgo a ilusão crua

Um existir efêmero  que convive
Na rama secreta a flor ingênua
Tateio e num só o tempo vive
Tua matéria menina, fenda nua

Colhendo o que resta e sobrevive
A quimera vitoriosa que se insinua
No insano, a agonia a carne avive 
Tua matéria menina, fenda nua
Tateio  e num só o tempo vive




Pela ultima vez



Mas pela ultima vez
Te sinto moça pura
Mas pela ultima vez
Um brilho de ventura
Que emana desse olhar
Com suspeita doçura

Perdeste teu véu,e clama
Cintilância da inocência
Nesse tempo a mortalha
Descobre a incandência
Se perde primeira vez
Carne, visgo e cadência 

Mas se a ode te pedisse
Como o corpo pede a alma
Assim no canto unisse
Diria a tu o dúbio clama
Para que se torne um 
Envolvido na chama

Onde a quimera pede
Mas que tu sempre acolha
A imagem, face do fogo
Nessas pétalas e folhas
A teia do atrevimento
Faça dela a escolha




quarta-feira, 4 de maio de 2011

Quero brincar



Mas hoje quero brincar
Ver beleza nas coisas
No áspero e na loucura
De criar um amor puro 

Daqueles.....intensos!
Doce  mas descuidado
E incendiar as estrelas
Em tudo ver poesia

Vou brincar de cobiçar
A rosa, rir dos espinhos
Assim seduzir no olhar
Sem nenhuma reserva

Ver a beleza na morte
Rastro intenso de vida
Que com levesa deixei 
Ser livre como o vento

Mas brincando de vida
Brincando com a morte
Sublime morrer em vida
Um castigo viver em vão

Brincar de ter amigos 
Andar de mãos dadas
A beleza inventando 
E recriando a canção




Na noite enterrei



Mas na noite enterrei
Minhas estrelas e prantos
Perdi as graças e aferrei
A terra, medos e encantos

E tudo é triste como nós
Vivos vazios e ausentes
Aguardando no dia a sós
Um imutável presente

Como eu tudo é triste
Antigas caricias
Nos lamentos insiste
Com impuras ardência

Em um lento caminhar
Com algum canto de ave
Tenho a vista no sonhar
No silêncio na ode e nave

Mas na noite enterrei
Minhas estrelas e manto
Silêncio onde errei
Esquecendo meu pranto