sábado, 26 de março de 2011

Ode inglória



Talvez seja o caminho, amar e perecer
Flertando com sombras entre abismos
Mas somos lacerados no conformismo
Desejando tuas águas ao amanhecer

Sobre essa terra, quimera a conceber
Amor a serenidade na magia o lirismo
A iIusão da tormenta cheia de truísmo
No olhar a fúria da alma a enlouquecer

Pois somos areia e canto, a fenecer
Destino que serpenteia no idealismo
Nos vestigios do pranto o exorcismo
Dos afestos imprecisos a fortalecer

A dúvida no peito tomado pela fúria
Na lua nova e vazante da ode inglória


domingo, 13 de março de 2011

Flor impulsiva



Entre anemona e sussurros, ave versátil
Em tua  boca móvel que desabrocha lasciva
Com visgo e saliva na carne a flor impulsiva
Nas coxas esmaltadas com o bastão eréctil

Ventre esmaltado a fome da quimera gentil
Ilharga, louça umedecida clama compulsiva
Bastão e lingua de fogo, impura, expressiva
Enxarcando de mel o que é robusto e volátil

Penetrando os meios, êxtase na flor vibrátil
Nos lírios e saliva, trêmula, gritava explosiva
Manobras, a fome no ventre sacia, intensiva
Com o leite da carne, mito no bastão táctil

No efêmero o imutável mel onde se detem
Com o gozo o divino que  jamais esquecem


quarta-feira, 9 de março de 2011

Frio manto


Sou o que anda perdido
Nesse vida sem norte
Crucificado e banido
Sem nada que conforte

Que se esvae na sombra
Sou amargo e dolorido
Triste,forte que assombra
Luto incompreendido

Sou aquele que ninguém vê
Uma chama triste sem o ser 
A visão do sonho prevê
Nesse mundo a perecer

Nunca encontrei a vida
Vago só e cheio de dor 
Por ela encouraçada 
No olhar interrogador

Nas sombras meu sol se pôs
Pranto, silêncio o nada
Espinhos a ilusão compôs
O Canto da noite velada

No frio manto anseia
O calor de suas mãos  
Uma chama que permeia
O frio manto da solidão 





segunda-feira, 7 de março de 2011

Basta saber



Basta saber que me perdi
Uma alma confundida
Que na fada acreditou
Teve a ilusão perdida
Na visão do mundo cru
Nessa teia concebida

Sem cor, mas delirante
Com chagas a céu aberto
Nas aflições e mágoas
Quimeras do espanto
Diante de falsos risos
Sinto a alma em prantos

Um desejo calava
Esqueço o que pretendo
No escuro que vivo
Lembranças não entendo
Nem rituais ou  gestos
Na ilusão absorvendo

Que é esquivo e indócil
No secreto tormento
Uma alma aprisionada
No lírico testamento
Um ruido inquietante
Na boca o rompimento

Que não fala ao poeta
Com a pluma murmurante
Uma voz será ouvida
De forma  delirante
Resguardando na ilusão
Confusa e hesitante


sábado, 5 de março de 2011

Ode da alma



Assim não te machuquei
Quando crio uma ausência
Uma ilusão que invoquei
Dor, terra e consequência

Com flor, espinho e canto
Onde hão de ferir e amar
Fulgor, heresia e pranto
Na Ilusão o corpo a clamar

Tema a soberba e virá
Quimera, carne e vales
Um manto conseguirá
Sangue e poesia equivale

Onde uma alma chora
E na poeira se perdeu
Esse mito no agora
Nessas palavras ardeu

Virá o esquecimento
Do canto que teu a vida
Hoje apenas lamento
Na flor que sorri ácida

No teu punhal a cegueira
Sempre meu ego rondando
Insana ilusão a beira
Ode da alma queimando