terça-feira, 4 de outubro de 2011

Lúcida matéria





De ti vem as portões de mim 
Nesse sol  esse dorso e meu
Porque em tudo te vejo
Mas aguardo impaciente
Quimeras, aves e brasa
Tuas águas derramando
Em teu canto vivo
Dois corpos, urdindo
Nessas asas o único templo 
Trêmulo mas luminoso
Quando minha face 
Será a mesma
Daquelas atiradas ao vento
E no entanto te desejei 
Como se fosse única
Chama, memória e glória
Chumbo liquido, ouro e rosa
Mas no agora sinto-te
Rompendo a lúcida matéria