No desejo percorria teu ventre com loucura
Teu corpo descobria e nas quimeras tentas
A boca insana se perdia nas curvas impuras
Recoberta de laca, ardor que me atormenta
A doce perdição entre teus encantos apura
Na carne a incandescência que nos orienta
E somos vorazes buscando o mito purpura
Nos consumindo onde os limites arrebenta
No ritual sincronizado, onde a fome acura
Trêmula nas águas efémeras,mas aferventa
Com a face iluminada, carne lasciva e pura
Onde todo o espaço se preenchia e alimenta
A quimera e prazer entregando-se a loucura
Sua natureza ígnea*, saborosa que desorienta!
*Ígnea=. Que tem fogo ou é de fogo; ardente