sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Tuas cores


Quando teu corpo
Se estende sobre o meu
Carregado de desejo
Que descubra tuas cores
Do tempo do amor
Com o dourado sinta
A intensidade dos lábios
Brinque com a sedução
Ascenda o desejo
No vermelho das caricias
Quentes envolventes
Se derramando
Sobre a pele ardente
Cairá no rubro do prazer
Que enlouquece
E te estremece
Se esparrama sobre
Tua pele
Assim te satisfaz
E trás
O verde da paz
Em teu olhar
Abarçada, colada
Extasiada ,consumida
Em nosso momento
Turquesa e prata
Pra isso basta
Que eu seja
Senhor de tua carne
Assim revele
Todas as luzes e cores
De tua alma

Sois e vinhas

Vejo minha marca
Sobre o liquido
De teu corpo
Que não é água
Me desenhei
Colado a tua pele
E senti o fogo
De tua alma
Lasciva
Deliciosa descoberta
Nessa vastidão
Imploro que esse fogo
Me traga
A lucidez do momento
E a embriaguez
Dos sentidos
Amor, prazer
Da carne,
Ouro rubro
Paixão escarlate
Entrelaçados
Nos consome
Entre sóis e vinhas
perpetiarei meu nome
Em tua eternidade

Serpentes mágicas

Nas chamas do desejo
Dançamos
Serpente mágicas
Até que só restem pó
Que o vento leve
Mas isso nada importa
Que seja eterna
Enquanto dure
Em teu ventre
E sem que tua boca
Me toque
Ou diga palavras
Cruas e ásperas
Conheço
Tua máscara secreta
Sedutora
Mais verdadeira
Que a própria face
Entre mundos
Noto tua alma
Que se mostra
Se escondendo
Para que esse fogo
Não te mastigue
A própria lucidez
Do excesso de loucura
Que nós compartilhamos
Nesse efémero momento

Quimeras e repentes


O nunca não é verdade
Nas quimeras e repentes
Que insistem
Em perpetuar sua condição
Sem meias verdades
Podendo prever
A carne saciada
Trazendo a morte
Do desejo
Quando tu me lança
Em teus sonhos
Me desejando arduamente
Caçando minha boca
Criando magia e furor
Paixão e poeira
Quando cai
Nas armadilhas
Da sedução
Pomposa e pulsante
Se entregando
Com liberdade e culpa
Assim se protege
No sumo do instante
Que se sente eterno
Mergulhando assim
No mito do prazer infinito

Mosaico vivo


Sempre que te vejo
Te sinto dividida
Beata ou promiscua
Mas toco tua boca
Ascendo o desejo
E te possuo, inteira
Tua carne e fantasia
Que estilhaça as fronteiras
Em suas vias macias
Sobre teu vales
Descubro
O calor de teu corpo
Sem chagas, sem medo
Nua queimando
Faminta
Pelo amor que me extrai
Em êxtase
Rompemos sílabas
Onde pulsa a vida
Movimentos
Lentos , tenazes
Arrojados
Desse mosaico vivo
Na conquista
De tua companhia

Calor e mel


Na rudeza do mundo
Passeia em tua carne
O desejo
Que nasce no peito
Sobre a pureza
De tuas águas
Aguarda faminto
Minha alma ao teu redor
Não há mal
Nessa lúxuria
Desejo e volúpia
E entrego a ti
Minhas mãos
Boca, suor e carne
Assim dissolvo o sol
De teu ventre
Chama traiçoiera
Incontrolável
Com tua pele
Coloda ao que sou
Nesse mometo
De entrega,
Comunhão
Prazer
Amor e colera
Mergulhamos nos abismos
Onde nos saciamos
Com calor e mel

Noto a máscara

Noto a máscara
Da cobiça
Nesse momento
Mais intensa
Que tua própria face
Paixão dourada
Queimando
A alma fria
Tomo-te
Porque me agrada
Com boca e malícia
Tateando a pele
Ardente alquimia
Palavras lascivas
Te envolvo
Nessa teia
Desejo e luxúria
Que reabre
As trilhas da ilusão
E torna tua carne
Quente, molhada
Diante do lábio ardente
Entre penhascos
Do coração
Renovando a vida
Saciando o desejo
Acalmando o corpo

medidas


Como medir o infinito?
Ou quantas gotas
De suor e saliva
Tem o prazer
E quantas lágrimas
São necessarias
Para curar
Uma ferida amorosa
Dilatada pela fome
Sem a medida do sonho
Nem o mundo do tempo
Estendendo esse sabor
Do ódio ao amor
Que percorre com furor
O desejo, tentando
Acalmar a fome
De mim em teu ventre
Fogo e gelo
Te estremeço
Quando te enlaço
Unidos
Te descubro
Entre trilhas incandescente
Na vastidão das sombras
Apenas nesse momento
Te sinto
Sublime, encantadora
Envolvida pela luz
De misterio e prazer
Que a ilusão insiste
Em trazer com ela

domingo, 8 de agosto de 2010

Tua ausência


Na tua ausência
Sinto uma saudade
Que te desenha
Com tuas linhas
Perfeitas, delicadas
De teu perfil
Sussurado pelo vento
Necessito lançar
Esse sentimento
Livrar-me desse
Trevo machucado
E assim
Abrindo meu coração
Para respirar-te
Deliciar-me nesse aroma
De alecrim
Sentir teu brilho
Lascivo
Multiplo e misterioso
Liberto e imprevisto
Qua jamais terá uma receita
Mesmo que para te ver
feche meus olhos
Assim você se desenha
Em meus sentimentos
Mais doce

Deliciosa vertigem


Deliciosa vertigem
Devassa
No calor de teu corpo
Trituro o desejo
A cada instante
Desnuda
A carne se faz
Prazer, desejo
Como tu pretendia
Assim te chamo de novo
Trançados
De forma insana
Aquecendo as artérias
Te recrio nas cores
De tua alma
Ressuscitando memórias
Nos ventos da manhã
Rubras
Que ardem em palavras
Nesse infinito dia
Sereno
Nessa visão que tenho
De mim mesmo

Água e terra


O meu corpo é como água
Jamais será contido
Até que cumpra seu destino
E se esparrame
Onde dorme a terra
Minha amante
Fertilizando a semente
Um diamante,
Que se torna vida
Rompe a casca
Despertando o mundo
Renova o ciclo
Criação hibrida
Parte água, parte terra
Radicalmente diferentes
Maravilhosamente unidos
Deliciosamente concebido
Dando aos homens
O poder de deuses
Energia e vida
De grande benevolência
Entre o paraiso e o inferno
Pois sempre a um passo,
Do pecado, é o lugar
Onde criamos a luz