quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Memória da partida


Amo-te é nosso tempo
Vasta ternura, agora
Esplêndido encanto
Na elabora quimera 

Nessa quimera vasta 
Desejo insaciável
Textura que encanta 
Demasiado e variável

Variável ou áspero
Que repenso lúcido
Lírio, singular e raro
Verso inconsentido 

Do inventivo verso
Nesse tempo e palavra  
Na flor ardente, penso
Ode, nesse agora lavra

Ode em versos guardará
Na tamanha perdição
Da amorável loucura
No poeta e sua emoção 

Na embriaguez da emoção
Memória da partida   
Da maliciosa tentação
No gozo e a despedida




Lua falsa

Aquela lua era falsa
Cenário da quimera
Momento saudoso
Memória da mentira
Desse puro engodo
Que satisfaz e espera

Na espera traiçoeira
Maravilhas e encantos
Da lúgrube peçonha 
Perdidos entre prantos
No mecanismo fútil
Desses simples lamentos

Lamentos no espelho
Beijos e seus tormentos
Toca fundo minh'alma
Tua boca ainda sinto
Mas só isso que resta
O grito mudo do mito

Desse mito purpura
Com seu infame canto
Que derrepente se vão
Caminho e desencanto
Risos de deuses pagãos
Morte do sentimento



sábado, 20 de novembro de 2010

Escrever e pensar


Entre o escrever e pensar
Onde o desejo aflora
E se revela na pena
Em torno da palavra
Camadas desses sonhos
Da alma e sua loucura

Quando a alma agita
Na barreira efêmera
Rompendo as camada
Delírios e quimeras
Nas cores e letras gritam 
Com tormenta e loucura

Saborosa angustia
Na criação, fulgor e sombra  
Talvez recrie os sonhos
Com a soberba palavra
Fantasias tiranas
Que nessa tinta lavra 

Com tua tinta e lágrimas
Nessa canção sua criação
Grito livre da alma 
Na ternura a sensação  
Desse sonho do poeta
Nas letras sua emoção





Jardim saboroso

Entre a selvagem erva, 
Tomo rosa lasciva
Venenosa hera
Nessa carne altiva

Fome da Carne e visgo
Noto o lábio mordente
Púrpura e convulsivo
No desejo ardente

Ode, desejo insano 
Tua carne e visgo tenta
Com desejo e espasmo 
Mito de morte lenta

Febril,lento e nervoso
Que é cruél e fascinante
Pulsante e saboroso
Delírio  flamejante

No delírio e atrações
Entre aromas e gozo
Vago, luar e emoções
Do jardim saboroso





Tua sina

Tu és um maluco
Deliciosamente
Livre
Loucura suprema
Sensibilidade, lágrimas
Amor e desejos
Nas palavras
Sempre tens
Tuas algemas
E prende-se
A elas
Fardo delicado
Doce e pesado
Com extrema
Desventura
Mas elas
Fazem que
Tua alma
Suplique
O grito
E brote em
Estrelas
De ternura
Está é tua sina
Poeta
Essa criatura
Moldada por
Deuses
Que vaga livre
Entre quimeras
Povoando
Os mundos de
Sonhos
Com extrema
Beleza,
Toda essa audácia
Se justifica
Em seus espasmos
Imortais de
Um louco .
Que são
Transformados
Em versos

Ricardo Vichinsky


Vidraças do tempo

Estranho sentimento
Tosco, esverdeado
Luminoso
Que encontro
Quando sorvo
Loucura em garrafas
Entre
Bares submarinos
Onde me acompanha
Em silêncio
Meu cumplice
Será que dilaceramos
A escrita?
Encarcerando
Um anjo
Enquanto caçoavamos
De um demonio
Será que enlouqueci
Ou me tornei poeta
Mas aquele nosso segredo
Me encarrava ali
Usando uma  incomoda
Máscara
Enquanto bebiamos
Nos recordavamos
Da belas e louca
Visões
Que se estilhaças
Nas vidraças do tempo


Ricardo Vichinsky




Quem é esse?


Quem é esse ?
Que mora
Em meu espelho
Do jeito que me olha
Até parece um louco
E sempre tenta
Se reencontrar
Com quem sou
As vezes sinto-o um ancião
Outras, tem a ingenuidade
De quem nasceu ontem
Se perdeu pelos caminhos
Por muitas vezes
Esqueceu
O poder da criação
Mas sua alma
Ainda vaga livre
E jamais se lembra
De esquecer
Seu último amor
Mas quem diria
Seu maior medo na vida
E tentar escrever
Seu próximo poema
Afinal sempre poderá
Sair tão ruim
Quanto os primeiros
Mas ai ele se lembra
Que seu verso
Nada mais é
Que o canto de um louco
E sempre cria seu caminho
Mas afinal,
Que seja por um instante
Um poema faz com alma
A mesma coisa
Que uma pedra faz
Com o lago
Então para o bem deles
Que os poetas
Jamais se calem


Louco eu?

Algumas pessoas
Me chamam de louco
Mas porque isso?
Talvez porque cante
Em vóz alta
Mesmo que seja só pra mim
Ou acredite em idéias
Revolucionarias
Luto por sonhos distantes
E ouço meu coração
Escrevo o que penso.
Se isso não é certo?
O que é então?
Qual padrão devo usar?
Em busca de respostas
Decidi então fazer analize
E descobri que a única diferença
Entre eu e o doutor,
É que ele tem a chave
Do consultório.
Mas digo,
Ele sim, parece um louco
E pior, não ajudou em nada.
Depois ele me encaminhou
Para um outro local
Que as pessoas podiam
Ser o quiser, sem restrição
E lá tinha de tudo acredite!
Foi quando conheci
Napoleão
E seus planos para
A conquista do mundo
Ele me disse
Que eu não era louco
Até ai tudo bem
Mas como acreditar
Se só ali contei
Mais de 30 Napoleões
Até que os reuni
E perguntei
Quem disse que eles
Eram Napoleão?
Um que estava no meio
Gritou: - Foi Jesus!!
No mesmo instante
Uma vóz la do fundo retrucou:
- Não fui eu não!!
Pensei essa gente
Não regula bem
Depois resolveram fazer
Um teste comigo
Três perguntas foram feitas
Se jogo pedra na lua
Corro atrás de avião
E rasgo papel moeda
Poxa não explicaram isso direito
Afinal o dinheiro era papel ou moeda?
Fui reprovado..
Desesperado e quase internado
Pedi para mexer no computador
E mostrei o recanto,
Onde tudo se esclareceu
E que rótulo não cabe em mim
Me mandaram chegar em casa
E olhar no espelho
Que lá iria ver um poeta
Mas poxa!!
O meu espelho esta com defeito
Pois nele continua aparecendo
Aquele mesmo  louco.
O que faço então?....

Ricardo Vichinsky



Inimigo de mim

Perdido como estou
Me coloco em perigo
Tento conviver,
Mas não consigo
Imensa dor,
Que só aumenta
Eu fugiria se pudesse
Mas nesse meio
Sempre busco o fim
Tentativas em vão
Pois carrego a fúria
Do inimigo de mim

Ricardo Vichinsky



sábado, 13 de novembro de 2010

Não tenho mais medos

Vejo que algumas pessoas,

São como leões, tenho medo,

Mas não sou um deles

Eles se deslumbram com o poder

Não sentem pena de ninguém

E me sinto como poeira 

Que o vento carrega

Como se eu não tivesse vontade

Nesse momento meu coração bate

Com toda minha força

Isso me faz seguir em frente

Porque, é assim ?? Sei lá

Mas ainda tenho medo

De hienas, que observam

Sentem a fragilidade a sua volta

E com desprezo se aproveitam da fraqueza

Mas eu sou outra espécie de gente

E por isso cuido de mim

Curo as feridas, e ganho força

Vivo intensamente

E ouço meus instintos

Descubro que posso voar,

Alcanço o horizonte

Realizo meus desejos

E não preciso mais temer,

Nem os leões, e nem as hienas

Pois descobri minha própria força



Doce criança

Minha doce criança
Talvez algum dia vera
Que o mundo não está separado
Entre luz e trevas
Verá que o bom pode ser mal
E quem trás o mal,
Pode fazer algo bom
Não existe lados definidos
Jamais considere esse mundo ingênuo
Mas a vida é intensa
Cheia de descobertas
Mistérios e maravilhas
Doce e rude,
A escuridão sempre se vai
Com um novo amanhecer
E nunca feche seus olhos
Pois na criação as portas do inferno
Foram  guardadas dentro do paraiso




Nasci

Nasci a-toa, vivi em vão, tempo inútil.
Pertenço ao horizonte
Me encontro nas divergências
Não tenho clareza alguma
E meus sentidos sempre me confundem
Busco uma sabedoria sentimental
Será loucura é isso
Nesse momento tento escrever
É algo como me vestir em trapos
Me embriagar em devaneios
Exponho minhas veias, deixo fluir
Mas  pra que serve tudo isso,
Sei lá
Será que enlouqueci?
Mas enquanto meu peito gritar
Tento escrever, mas o pior
É quem lê, chamar isso de poesia



Louca vida rude

Dura vida crua
Fantasias despeçadas
Nelas despenco
Feridas abertas
Marcam o tempo
Chão batido
Com olhar da víbora
Devoro- te com fervor
Ilusões, lavo-te
Torno o caminho
Estreito, duro, justo
Verdadeiro
Sentimentos
Alicerces frágeis
Assim caminho solitário
Sem envolvimento
Cores intensas
Labaredas forte
Sabores exótico
Anjos e mensageiros
Carne e almas
Famintas
Generosas e rudes
Me trás lágrimas
Espelho d'agua
Me enfeitiça
Nessa louca vida rude
Descubro que o criador
Pode ser o manto da noite
Como a luz da manhã








Triste luz

A algum tempo atrás
Me mataram
Foi a primeira vez
Com isso perdi minha alegria
Jamais sorri de novo
Depois isso se repetiu
E outro pedaço bom de mim se foi
Assim foi seguindo
Até restar apenas uma carcaça
Sem vida, sem sonhos
Um coração morto
De peito vazio
Nada restou
Desnudo,
Agonizo como um toco de vela
Que arde para o seu fim
Como único bem que ficou
Mas essa vida,
Não trará a mão avarenta
Que apagará essa sagrada luz
Criaturas da noite
Se afastem
Pois minha luz,
Trêmula, frágil e triste
Jamais se apagará




Meu espelho


Nele vi meus 
Defeitos e
Virtudes 
Algumas talvez
Brilho superfícial
Profundidade 
Mentirosa
Reflexo alheio
Pareço  não existir
Esse outro de mim
Não pode ser eu
Triste sorriso
Arremedo 
Do que fui
Até o brilho 
Em meus olhos
Não vejo mais
Imagem vazia,
Distorcida
Até o Infinito
Ilusões do espelho
Talvez  seja
E quem sabe eu
Um dia
Reconheça 
Essa  imagem 
Refletida



Ciumes



Nas forjas da vida
Moldado pela
Fraquesa
Se criam intensos 
Sentimentos
Carrancudo, 
Mesquinho
Arquiteto cruel
Fervendo nas ondas
Das emoções
Vibra de forma letal
Trás as tristeza.
Instiga a duvida
E nasce uma 
Terrível fúrias
Mergulha em 
Negros oceanos
Olhos em brasa
Dor, raiva
Tudo devastado
Quando o ciúmes 
Te acompanha



sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Rosa eterna


Amo-te, é tempo ainda 
Nosso tempo é agora
Ternura esplêndida 
Sonho que se elabora

Vasto sonho, nítido
Demasiado, imenso
Encanto concebido
Lírio raro,  intenso 

Na doce aspereza
Transitória e singular
Traslúcida  beleza
Da quimera de amar

Desejos, ode e luar 
Tempo raro, ardente
Nesse edem mergulhar
Dourado sol poente

No desejo latente
Criando nossos versos. 
No sorriso presente 
Desejos saborosos

Dessa louca perdição
Perfume a embriaguez 
Carregada de emoção
De passional altivez

Linguagem da tua pele
Memória da vaidade
Nesse sopro revele
A louca, pura verdade 

Na ode, lasciva, terna 
Quando se busca o gozo  
No tua rosa eterna
Do mito saboroso

Rama secreta


Desordem na tua boca 
Saliva e linho, fulgor
Antes da morte tosca
Respiro-te com furor 

Ódio-amor, veêmencia 
Furor no calor e visgo
Sob a água e cadência
Na tua fome e castigo

Devoro-te, conhecendo
Fulgor da carne, lento
Corpos se contorcendo
Sóis desse momento

Ventre estremecendo
Com o leite da carne
Derramado, escorrendo
Tecendo nosso charme

Tecendo prazer e grito
Na ardente textura
Do visgo e infinito
Delicada e púrpura

Nesse amor púrpura
Colhe que nos resta
Na efémera loucura
Dessa rama secreta.





Paixão e vibora

No breu da noite
Sem pudor procuro
Na bruma desejo-te
Calor no escuro

Escuro, sol e gelo
Purifica e anima
Carinho e apelo
Toque da alma

Na alma e beijo
Doce liberdade 
Arde o desejo
Mito e eternidade

Eterno, avassalador
Amolecido e terno
Recebendo o amor
Delicioso e eterno

Amolecido com amor
Revestido de beleza
Tua saliva e sabor
Brilho sem áspereza

Amor de madrepérola
Ressoa bela batida 
Se faz paixão, aquela
Vibora que nos hábita



quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Poeta eu?


Dizem o que escrevo
É belo
Talvez tão belo
Como um elefante
De gestos delicados
E essas pessoas acreditam
Que um milagre nada mais é,
Que curar uma doença pela fé
Transformar a água em vinho
Mas milagre mesmo
É eu escrever poesia
Sempre tenho idéias malucas
Estranhas, louca e confusas
Pasmem !
Elas são as que mais me agradam
Sempre fazem sentido
O duro é encontrar quem concorde com isso
Afinal sou uma grande colcha de retalhos
Mas todos da mesma cor




Única verdade

Tua Ilharga, carne
Visgo
É tudo que desejo
Quando penso
Em tua boca
Esmaltada
Curvas sinuosas
Seios, calor
Virilha, coxas
Trêmulas
E o tudo mais
Penso breve
Em teus sussuros
Encantos
Na fome que ronda
Tua ilha
Pensando em  vida
Quente, intensa, suada
Que teu frenezi
Me esmoreça
E que breve retome
A luta,
Ascenda a chama
E vá me triturando
Com tuas formas
E mesmo assim
Cante
E ainda se desfaça
Em trilhas e gozo
Entre o começo sem fim
Como se essa
Fosse a única verdade




Aprendiz de feiticeiro

O caldeirão esta no fogo
Pena e papel na mão
Uma chama timida
Agoniza
Na teimosa vela
Que insiste em me iluminar
Primeiro passo
Um gole de bebida
Daquelas bem forte
Pra animar
Mergulho nos sentidos
Loucos, livres, tristes
Intenso e felizes
Um corvo me trouxe algo
Opa! Mas tem corvo aqui?
Acho que a bebida
Já fez sua parte
Uso também minha intuição
E faço o que quiser,
Como quiser
Assim crio e recrio
Vejo pelos olhos
De um pequeno animal
Ferido, palpitando
Entre mundos
Também
Sinto o desejo
Do prazer efêmero
E canto como um louco
Não seguro as lágrimas
Assim tento entender
Essa misteriosa condição
Que só um poema tem
Angústia e prazer
Triste, solitário
Efêmero, lascivo
Esquecendo
Essa criatura feroz
O relógio
Que devora o melhor de nós
Então com tenacidade
Sigo a virtude,
Que tem como companhia
A vaidade
Junto tudo, passo a passo
Como um aprendiz
De feiticeiro
Pois esse é o caminho
Para que um dia
Me torne um poeta





Minha senhora


Minha senhora
Quando me 
Envolver
Em teu abraço
Doce, calmo
Gesto forte
Sereno
Pois com ele
Não há mal
Que perdure 
E tudo conforta
Guie meus
Passos
Nesse destino
Comum 
A todos 
Com teu toque
De seda
Feche-me os olhos
De forma 
Delicadamente
Assim me 
Liberte
Mas ouça
Morte
Sei que tu
Sempre me 
Acompanha 
Mas antes 
Que queira
Me levar
Te digo 
Vai demorar
Com toda certeza
E ainda 
Vou voar muito longe   
Brincando de ver 
A beleza na vida