Quem tu és?
Mas quem tu és? Por ti vago no insano.
Sou chama brasa, lava, cinza e o nada
Se faz fome, liberdade, doce e profano
És cintilância, e assim sempre alucinada
Sou chama brasa, lava, cinza e o nada
Se faz fome, liberdade, doce e profano
És cintilância, e assim sempre alucinada
Me leva as alturas , nunca um cotidiano
E busco teu canto, na carne aprisionada
Surdo a teus anseios e me faço humano
Com teu visgo e saliva, nunca eliminada
E busco teu canto, na carne aprisionada
Surdo a teus anseios e me faço humano
Com teu visgo e saliva, nunca eliminada
Desejo! Te faço carne e osso, mundano
Tomo-te! Sem descanso, a carne ornada
Pelas lidas, e te fiz penhasco, sem dano
Sem outros rastros, a tua face iluminada
Tomo-te! Sem descanso, a carne ornada
Pelas lidas, e te fiz penhasco, sem dano
Sem outros rastros, a tua face iluminada
Cheia de malicia, com beleza e extasiada .
Escorrendo com o gozo, que se faz nada
Escorrendo com o gozo, que se faz nada