quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

No mais fundo





No mais fundo de ti
O breve teu corpo tomas
Mas é ouro, fome e ilusão
Saga de bronze e aromas
Que é efêmero e transforma
Chagas no mito e deforma
E o sol na face retoma

Com aves que não são sombras
De quando o amor era chama
Senti !  Num sopro as perdi
Agonia o gozo exclama
Guia-me nesse instante
Um existir delirante
Que não perca e proclama

O único centro vereis
Como terra te faço 
Onde se mantém eleita
Densa, tenra e refaço
A ilusão onde ti esta 
No mais intímo, a aresta
Da carne é canto é laço

Na ilusão que rodeia
O que vos digo e anseia
Pelo silêncio que pesa 
No amor se fez e permeia
Por onde tu me conduz
Onde teu ouro transluz
Alegra-te assim e passeia

Nas quimeras da carne
O poeta não é só angustia
Mas antes de mim em vós
Essa ilusão já existia
Do ouro, águas e mito
Com o efêmero admito
O prazer que tu consentia



terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Tempo secreto




Sendo tu calor, ilusão, contigo me completo
Em ti me uno a única fonte,  me dessedento
Me aplaco, vertendo quimeras, mas repleto
Intenso,crio o amor, feneço, mas reinvento 

Porque tua flor também fenece, belo dueto
Que num sopro nos consome,no tormento
Pois antes desse desejo morrer incompleto
Na bela visão de ti,eu anoiteço e fragmento

Esse desejo, pois faço de ti terra, e inquieto
Dou-te a semente,no tempo me desoriento
Livra-nos desse julgo inpertinente e secreto
E te guardo no tempo secreto, mas sedento

Talvez onde outros te guardarão e pretendo
Libertar as quimeras que vão nos absorvendo