Antes que tua carne se desfaça
Provo-te, saliva boca e teu furor
Milagre da vida, sabor e fulgor
Pureza que o desejo despedaça
Mundo insano que arde e grita
Enquanto tomo-te, sem descanso
Te faço flor, perfume e remanso
Cubro-te de beijos, a carne agita
Na ode do tempo vivo, te cobrindo
Com o desejo que vai consumindo
E colhendo sobre o que me resta
Antes que a carne vá se perdendo
Na chama esse desejo escorrendo
Tomo-te, nessa noite secreta