ILUSÃO NA ASPEREZA
A vossa pele rosada
Tem ares de magia pura
Que é sempre desejada
Quimeras com doçura
Sofro e não toco, me tento
Mas se não toco, não e dia
Porque esse pensamento?
Se não divide a magia
O que não vejo pressinto
Teu andar, ode, passos e asas
Onde o turbilhão sinto
Calo-me, a ilusão arrasa
Do teu canto preciso
Que dessa alma é açoite
Chumbo liquido, riso
Sempre amansa a fria noite
Que é lança, prisão e altar
De quem sofre e se cala
Para não magoar e ocultar
A face de marfim abala
Mas não sabe o que dizer
Vai ferindo na frieza
Quando tento refazer
A ilusão na aspereza