quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Ilusão na aspereza





ILUSÃO NA ASPEREZA

A vossa pele rosada
Tem ares de magia pura
Que é sempre desejada
Quimeras com doçura

Sofro e não toco, me tento 
Mas se não toco, não e dia
Porque esse pensamento?
Se não divide a magia

O  que não vejo pressinto
Teu andar, ode, passos e asas 
Onde o turbilhão sinto
Calo-me, a ilusão arrasa

Do teu canto preciso
Que dessa alma é açoite
Chumbo liquido, riso
Sempre amansa a fria noite

Que é lança, prisão e altar
De quem sofre e se cala
Para não magoar e ocultar
A face de marfim abala

Mas não sabe o que dizer
Vai ferindo na frieza
Quando tento refazer
A ilusão na aspereza




sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Cíclico tormento




CÍCLICO TORMENTO

No mais fundo de mim
Sempre sem rumo pensei
No ouro, no aro e jasmim
Que não repousa e adensei

Um só núcleo pulsando
No solário impuro
Com teu delta sonhando
Mas o veneno depuro

Que na alma esconde
Inexatidão desse ser
Sem luz que ousa onde
Canta sem reconhecer

No núcleo o olhar alerta
É lícito compreender
Que no delta desperta
Na alma o sol ascender 

Mas um outro resguarda
Que é finito e extenso
Assim a quimera arda
E se refaz mais denso

Um cícliclo tormento
Onde a alma se contrai
Sem essência, no lamento
No mal a alma se retrai

Mesmo rito, o mesmo ser
É lúcido e sempre fluído
A inspiração e expuser
O arbítrio perseguido

Ricardo Vichinsky