quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Aprendiz de feiticeiro

O caldeirão esta no fogo
Pena e papel na mão
Uma chama timida
Agoniza
Na teimosa vela
Que insiste em me iluminar
Primeiro passo
Um gole de bebida
Daquelas bem forte
Pra animar
Mergulho nos sentidos
Loucos, livres, tristes
Intenso e felizes
Um corvo me trouxe algo
Opa! Mas tem corvo aqui?
Acho que a bebida
Já fez sua parte
Uso também minha intuição
E faço o que quiser,
Como quiser
Assim crio e recrio
Vejo pelos olhos
De um pequeno animal
Ferido, palpitando
Entre mundos
Também
Sinto o desejo
Do prazer efêmero
E canto como um louco
Não seguro as lágrimas
Assim tento entender
Essa misteriosa condição
Que só um poema tem
Angústia e prazer
Triste, solitário
Efêmero, lascivo
Esquecendo
Essa criatura feroz
O relógio
Que devora o melhor de nós
Então com tenacidade
Sigo a virtude,
Que tem como companhia
A vaidade
Junto tudo, passo a passo
Como um aprendiz
De feiticeiro
Pois esse é o caminho
Para que um dia
Me torne um poeta





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