sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Rama secreta


Desordem na tua boca 
Saliva e linho, fulgor
Antes da morte tosca
Respiro-te com furor 

Ódio-amor, veêmencia 
Furor no calor e visgo
Sob a água e cadência
Na tua fome e castigo

Devoro-te, conhecendo
Fulgor da carne, lento
Corpos se contorcendo
Sóis desse momento

Ventre estremecendo
Com o leite da carne
Derramado, escorrendo
Tecendo nosso charme

Tecendo prazer e grito
Na ardente textura
Do visgo e infinito
Delicada e púrpura

Nesse amor púrpura
Colhe que nos resta
Na efémera loucura
Dessa rama secreta.





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