quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Versos que eleva


Saber no silêncio cinge 
Quase grava, e perece 
Fabuloso mundo finge
Surdo,tosco, esquece 

Nessa manhã que tarda
Raiz, ilusão e pétala
Peçonha densa, o nada
Integra-nos a ode bela

Outra bem mais densa
Brumas desse encanto 
Verso e universo, pensa
Pulsa antes do canto

No silêncio instável
Promessa dessa alma
Contorno improvável 
Deus que nasce e clama.

Que o não dizer inflama
Boca sem movimento 
Na alma versos e chama
Cria verso no tormento

Ódio-amor, flor e chama
Ode que confronta e grita
Que é nada, o tudo e clama
E quem entende, conquista

Assim envolveu o poeta
Assombrado e ausênte
Versos,  alma inquieta
Nesse canto eloquente

Olhar vago, ausente
Sempre é tempo de dizer
Sem o saber, descontente 
Flor, a dor ou enlouquecer

Prefere possuir o amor
Aquele ocre ou doce  
Que se torna cinza e dor
Na noite entorpece 

Retornando a memória
Nosso tempo e vaidade
Dissipa o verso e a glória
Com fulgor e crueldade

Duplas cores e seu manto
Dessa alma sofrida 
Nesses versos e seu canto 
Da inocência perdida

Por um anjo tocado
Que jamais cantaria
Os versos esquecidos
Na alma libertaria

Ser obscuro que seduz
Essência que confunde
Nesses versos, canto e luz
Louco e belo se funde

Seu sangue, ode e tesouro
Em sua criação transmuta
Ressurge, a sina e ouro
Versos que eleva o poeta. 


Um comentário:

  1. é- tá mudando mesmo- isso é uma preparação p 2011?
    bom amigo, que venha no ano 2011 com a bola toda, sugerindo novos temas p ciranda lá no recanto das letras, e aqui no teu blog, com maiores surpresas-
    mii

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