Esse deus inalterável, surdo
Mantido entre o riso e pranto
Na alma do poeta esquecido
Divino com todo desencanto
Deus que se nota no pranto
Esperando que os versos
Mantenham vivo seu encanto
Sonhos do poeta disperso
Onde se da a bela criação
E o poeta um deus se torna
Não falo do deus de oração
Beleza que versos contorna
Que cria a beleza dessa flor
Nesse amar de forma plena
Segredo supremo e fulgor
Sem cuidado na ode serena
Criando essa divina comoção
Lágrimas do filósofo místico
Deus obscuro na sensação
Mas luminoso, louco e lírico
Se fundem na poetica do ser
O poeta da visão e seu mundo
Nos versos começam a tecer
Um grito belo no mar profundo
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